Beleza perpétua, tênue, dégradé
Quando aparece, brilha
Reluz gira fica na cabeça
De quem passa ou ela passa por quem queira
Ela, a Beleza, ofende quando desfila
Num carro alegórico, absurdo, virtuoso
Em trânsito soprano nas pétalas de uma flor
Pelos feios transeuntes sem o freio de contemplação
Beleza autêntica sorri
Natural, fora do conceitual
Não tem idade, tem lealdade
À perfeição da soma
Dos pequenos detalhes imperfeitos...
Não é sintética, mas simétrica
Longe da vaidade esdrúxula da incompreensão
das máscaras marrentas da ilusão
qual o tempo destrói num sopro impiedoso
porque jorra da fonte da alma eterna!
Ela não é jovem, mas tímida no seu esplendor...
Divina no seu vigor
Escandalosa na sua simplicidade
Majestosa, nada desdenhosa
Viva caprichosa!
Vive nas pequenas grandes coisas
Nos detalhes, retalhos de felicidade
Mais antiga que toda a humanidade
Que a mais velha lembrança carrega
Nas paredes da memória da história
Se a beleza contempla, suas graças abonam
Nada se pode fazer para não resplandecer
Nem mesmo dividir
O prazer de encontrar com inocência,
Ora confundida com indecência
Sem maledicência merecedora de crédito.
Se afasta do reboco, cimento, progresso botulínico
Das obras honrosas e horrorosas e engenhosas
Viadutos e prédios tão estratosféricos que escondem o arco íris
Deixam o céu, a beleza das estrelas e o luar mais longe dos olhos
Eterna é a verdadeira beleza
Herdada da Mãe, corte da realeza
Impera a nobreza sobre o tempo e o espaço
No céu, na terra, no mar
Não é mera proeza
É merecer quando se nasce ser contemplado a contemplar
Só aprende quem a sente
Além da percepção limitada da razão geométrica
Quem a sente, tem, contempla e reflete
Sim, a Beleza!
E não se disfarça de falsa modéstia
Porque a beleza é modesta sem falsidade...
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