Um ensaio prosaico não goteja fração da tua imensidão, nobre senhora,
do trono do meu Pai, despencas em cachos sagrados, uvas finas do céu
Generosa, concede compreensão sobre o mundo, o átomo,
a propriedade dos elementos, o começo, o meio e o fim sem fim dos tempos
eu? estúpida, tantas vezes persegui a idéia de contigo me deparar cara a cara
sem reparar que a tua face, tão bela, tão clara,
sempre comigo estava, me espreitava
esperava o despertar
para alguns passos certeiros na tua direção engatinhar
despertar! daquele sono profundo que aos mortais engana
através da ilusão cega, vesga me fez vagar por tantos planos e anos,
por mais de uma vida, dentre tantas e caminhos vãos, insanos
virtuosa dama, dentre tantas belas, interessantes
foste Tu a eleita do Rei Salomão
e para a humanidade consola saber
que mesmo na tua companhia, no auge do seu poder
não se vestiu como os lírios do campo
que não tecem, nem fiam
única e múltipla,
penetrante e imaculada,
sutil e aguda,
segura a minha mão, serena senhora,
me conduza pelas veredas da vida,
para na casa do Pai eu poder descansar
Mais rápida que o raio, sua pureza me atravessa,
sempre a mesma permanece e tudo em todos renova
sábios serão aqueles sem malicia
para a ti compreender e te espalhar sem inveja,
sem esconder a tua riqueza, quanto mais te distribui, mais te possui...
rosa resplandecente, bela, perfumada e espinhosa,
nunca murcha, sempre se anuncia
nos meus desenganos vem me ensinar sobre o que foi,
é, não foi, ou poderia ter sido,
enxuga as lágrimas de alegria, de melancolia
quando menos se espera, te antecipas, te revelas
perfeição da inteligência!
quero te encontrar eternamente, acalanto suave
se atravesso o escuro,
me atrevo
te tateio, logo lembro tudo, em pensamentos.
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