quarta-feira, 18 de maio de 2011

SabeDoria

Um ensaio prosaico não goteja fração da tua imensidão, nobre senhora,
do trono do meu Pai, despencas em cachos sagrados, uvas finas do céu

Generosa, concede compreensão sobre o mundo, o átomo,
a propriedade dos elementos, o começo, o meio e o fim sem fim dos tempos

eu? estúpida, tantas vezes persegui a idéia de contigo me deparar cara a cara
sem reparar que a tua face, tão bela, tão clara,
sempre comigo estava, me espreitava
esperava o despertar
para alguns passos certeiros na tua direção engatinhar

despertar! daquele sono profundo que aos mortais engana
através da ilusão cega, vesga me fez vagar por tantos planos e anos,
por mais de uma vida, dentre tantas e caminhos vãos, insanos

virtuosa dama, dentre tantas belas, interessantes
foste Tu a eleita do Rei Salomão
e para a humanidade consola saber

que mesmo na tua companhia, no auge do seu poder
não se vestiu como os lírios do campo
que não tecem, nem fiam

única e múltipla,

penetrante e imaculada,
sutil e aguda,

segura a minha mão, serena senhora,
me conduza pelas veredas da vida,

para na casa do Pai eu poder descansar

Mais rápida que o raio, sua pureza me atravessa,
sempre a mesma permanece e tudo em todos renova

sábios serão aqueles sem malicia
para a ti compreender e te espalhar sem inveja,
sem esconder a tua riqueza, quanto mais te distribui, mais te possui...

rosa resplandecente, bela, perfumada e espinhosa,
nunca murcha, sempre se anuncia
nos meus desenganos vem me ensinar sobre o que foi,
é, não foi, ou poderia ter sido,
enxuga as lágrimas de alegria, de melancolia

quando menos se espera, te antecipas, te revelas
perfeição da inteligência!
quero te encontrar eternamente, acalanto suave

se atravesso o escuro,
me atrevo
te tateio, logo lembro tudo, em pensamentos.
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